Sim, ele não cansa de inventar moda: Elon Musk implantou, no início de fevereiro, o primeiro chip no cérebro de um ser humano.
O chip com tamanho de uma moeda de R$1 foi criado pela Neuralink, uma das empresas do bilionário, cujo objetivo é conceder autonomia a pessoas com paralisia cerebral e motora, por meio de… chips!
E o negócio é promissor: de 2016 pra cá, já conquistou US$ 700 milhões para pesquisas.
A novidade surpreendeu a todos, afinal de contas se trata de uma grande novidade tecnológica: a conexão da mente humana com os computadores.
Ah! De acordo com Elon Musk, o primeiro teste deu certo, e o paciente já consegue mexer o mouse na tela do computador apenas com o poder (ops, o chip instalado) na mente.
E mais: até jogar xadrez (assista ao vídeo no final do post).
Mas o que essa novidade representa de verdade? Seria realmente uma inovação que poderia alterar nossa relação com a tecnologia? Ou puro marketing?
Vem, que a gente te conta!
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Antes de tudo: como funciona o bendito chip da Neuralink?
O chip é o mesmo que um macaco havia recebido há quase três anos. Tem até vídeo disso, já viu?
- O chip contém o processador, e foi instalado na parede interna do crânio por um neurocirurgião.
- O que entra no cérebro? 64 filamentos, mais finos que um fio de cabelo, bem flexíveis, com 16 eletrodos cada. A coisa é tão tecnológica, que ele foi inserido por um robô neurocirurgião.
- Os filamentos captam os sinais do cérebro numa quantidade 10X maior do que os equipamentos que conhecemos e mandam tudo para o chip.
TRADUZINDO: o chip lê informação do cérebro, decodifica a informação e transforma em alguma aplicação. No caso, a do paciente que já consegue mexer o mouse na tela do computador.
E como isso tudo é possível?
A Neuralink é uma empresa cheia de segredos, e o Elon Musk não gosta muito de sair explicando as coisas.
Mas especialistas já deduziram que o chip deve ter sido implantado na área cerebral que controla os movimentos. Isso porque os voluntários procurados pela empresa são tetraplégicos ou portadores de doença degenerativa.
Marketing ou inovação?
Bom, o chip da Neuralink divide opiniões, viu? O Fantástico entrevistou, na ocasião do anúncio, alguns especialistas.
Seguem as aspas:
“A cirurgia aconteceu nesta semana, então tem toda uma análise a ser feita de pós-operatório, de possíveis complicações que possam acontecer, relacionadas ou não ao procedimento (…) sou muito otimista com a inovação tecnológica nesse sentido, especialmente para restabelecer a independência de pacientes que são neurologicamente comprometidos, ou pós-trauma ou pós-doenças degenerativas”, diz Giselle.
Giselle Coelho é neurocirurgiã da Santa Casa de São Paulo, e está esperançosa com a novidade. Já Miguel Nicolelis, pesquisador brasileiro, vê tudo com muito ceticismo.
Detalhe: Nicolelis é professor emérito da Universidade Duke, nos Estados Unidos, e pioneiro na interação homem-máquina: no início do século, ele já tinha colocado um macaquinho para jogar videogame com o cérebro.
“(O chip cerebral de Elon Musk) vai fazer as pessoas conversarem com o computador? Download do cérebro, upload, isso tudo é absurdo. Isso tudo não tem a menor base científica e eu acredito que nunca vai acontecer (…) primeiro que a gente nem sabe o que está acontecendo, só o tweet do Elon Musk não tem absolutamente significado algum para a comunidade científica”, diz ele.
Garcia Rosa, pesquisador da USP, enxerga com bons olhos a tecnologia.
“Eu acho que eles (FDA) são bastante atenciosos em relação a isso, da saúde do ser humano, então a gente tem esperança que seja bom para a humanidade. Acho que (chips no cérebro) é caminho meio sem volta, né?”, diz Garcia Rosa.
Se é marketing ou não, o fato é que dando certo, os ganhos serão imensuráveis. O chip pode oferecer uma nova forma de interação de pessoas com deficiência com o mundo ao seu redor.
Para todos, um potencial de revolucionar a maneira como percebemos, armazenamos e compartilhamos nossas experiências pessoais.
E os próximos passos do teste com o chip, quais são?
A Neuralink agora quer aprender mais sobre o controle que o paciente tem sobre o mouse, e qual é sua capacidade máxima de arrastar e clicar. Depois, outras funções serão desbloqueadas.
Ah! Depois de jogar xadrez com a mente, Elon Musk anunciou que o chip vai tentar curar a cegueira.
Agora, conta pra gente: o que você achou do chip humano da Neuralink? Qual a sua expectativa?